Equivoca-se quem associa esse gênero de composição (a começar pelo título) a trilha sonora de ficção científica, ao “espaço” no sentido objetivo e cosmológico: a imensidão lá fora, as estrelas e tudo mais. Isso também. Mas o “novo espaço” em questão é menos sideral do que espiritual. New space music é menos uma jornada nas estrelas do que um mergulho interior nos espaços profundos da alma, em seu vazio essencial, nesse topos atópico – indiferente, indeterminado, incriado, sem nome nem história – que é o “lugar” natural da alma. O “vazio” é o novo “espaço” – o único, essencial, um não-espaço de onde jorram afirmações e bendições inefáveis, uma epidemia de Sins inauditos.