Para os dias tristes, Serviço (2013). Primeiro álbum em carreira solo do cantor e compositor fluminense Lucas Castello Branco, o trabalho marcado pelo lirismo sorridente, vozes em coro e arranjos ensolarados nasce como um refúgio para os momentos de maior melancolia. Composições que parecem pensadas para acolher o ouvinte, como uma fuga da crueza impressa nos antigos trabalhos do artista, ex-integrante do grupo carioca R. Sigma. Exemplo disso está na introdutória Cre-Sendo, canção inspirada nas vivências do músico no monastério ecumênico onde foi criado, e um indicativo claro da sonoridade detalhista que orienta a experiência do público até a faixa de encerramento do registro, a bucólica Anu.
São paisagens instrumentais que se revelam ao público em pequenas doses, sem pressa, efeito direto da minúcia de Castello Branco e seus principais colaboradores, entre eles, antigos parceiros de banda, como os músicos Diogo Strausz e Tomás Tróia. Melodias acústicas que parecem saídas de algum disco de Milton Nascimento, vozes compartilhadas por nomes como Marcela Vale (Mahmundi), Cícero Rosa Lins e Ana Lomelino, ou mesmo instantes de forte contemplação. É o caso de As Minhas Mães, faixa que se abre para a chegada de Alice Caymmi e reflete a profunda entrega emocional do artista. Canções que vão da celebração (Necessidade) ao parcial recolhimento (Entreaberta), estrutura que viria a orientar toda a sequência de obras apresentadas pelo artista ao longo da década, caso dos complementares Sintoma (2017) e Sermão (2019). – MusicaInstantanea
- Ave Luminosa
- Crer-Sendo
- Necessidade
- Tem Mais Que Eu
- Entreaberta
- KDQ
- Palavra Divina; Quietude Extraordinária
- As Minhas Mães
- Céu Da Boca
- Acautelar
- Guerreiros
- Anu